Mês: janeiro 2023

Reconectando-se com as necessidades não atendidas: o alarme da raiva

As emoções são ferramentas poderosas que ajudam a nos conectarmos com o ambiente, com as outras pessoas e conosco. As emoções como a culpa e a raiva alertam-nos sobre os efeitos das nossas próprias ações e das ações dos outros. Quando percebe que as suas palavras magoaram alguém, por exemplo, sente-se culpado e, às vezes, com raiva de si próprio, o que o motiva a desculpar-se pelo ocorrido para reparar o relacionamento. Portanto, as emoções negativas também desencadeiam ações que levam a mudanças positivas.

Reconectando-se com as necessidades não atendidas: o alarme da raiva
A raiva ajuda-nos a identificar as necessidades não atendidas

Embora a culpa seja considerada uma emoção negativa, os efeitos positivos dos comportamentos que desencadeia são reconhecidos pela maioria. Infelizmente, essa atitude tende a não se aplicar à raiva, pois é amplamente mal compreendida, julgada indiscriminadamente, considerada destrutiva ou apenas um impulso a ser controlado. Apesar das demonstrações agressivas de raiva dificilmente passarem despercebidas, isso não ocorre com as suas causas. Contudo, as formas de expressão da raiva abusiva não devem dominar a narrativa e erradicar o propósito desta emoção.

O alarme da raiva

A raiva ajuda-nos a identificar as necessidades não atendidas. A raiva seguida de sentimentos de rejeição, por exemplo, lembra-nos da necessidade de sermos amados. Quando sentimos raiva por não atingirmos os objetivos, nós nos conectamos com a necessidade de criar um significado para a vida. Sentir-se amado e viver uma vida significativa aumentam o bem-estar, o que promove a saúde física, emocional e relacional.

A raiva também nos permite reconhecer quando os limites não são honrados. Quando dizemos não e não somos ouvidos, sentimo-nos sem importância e desrespeitados. Sentir-se menos ou alienado conecta-nos com a necessidade de valorização e pertencimento. Quando a nossa existência é validada, há um grande aumento não só do nosso senso de conexão conosco e com os outros, bem como da vontade de se engajar com a vida.

Em The Surprising Purpose of Anger: Beyond Anger Management, Finding the Gift, Rosenberg (2005) destaca a raiva como um meio de alerta, cuja função é chamar a nossa atenção para as necessidades a serem atendidas. Em face disso, o autor sugere mudarmos o foco do julgamento de nós mesmos e dos outros, quando estivermos sob a influência da raiva, para o que precisamos e queremos.

Para além da raiva

Um relacionamento saudável com a raiva é aquele que nos permite ver além dela. A raiva é altamente energizante e até viciante, pois desencadeia os sentimentos de força, honradez e legitimidade, desta forma, precisamos de treino árduo para resistir à atração de nos movermos nessa direção. Uma atitude consciente em relação à raiva ajuda-nos a concentrarmos no que realmente importa: identificarmos e nos conectarmos com as necessidades não atendidas, sejam nossas ou de outras pessoas. Embora produtivo, esse processo não se concretiza da noite para o dia, mas requer prática. Para criarmos uma relação saudável com a raiva, devemos nos permitir vivenciar esse processo e, inclusive, cometer erros, durante um período razoável, até que se torne internalizado.

Referência:

Rosenberg, M. B. (2005). The Surprising Purpose of Anger: Beyond Anger Management: Finding the Gift. PuddleDancer Press.

Vídeo: Reflexões sobre o perdão

Neste vídeo exclusivo para o Filhas de Mães Narcisistas, Michele Engelke oferece uma reflexão a respeito do perdão, um tema que geralmente permeia a consciência de filhos e filhas de famílias disfuncionais e tóxicas.

Nas reflexões sobre o perdão, a terapeuta do trauma e de EMDR Focada no Apego explora o que significa perdoar um pai negligente e/ou mãe abusiva de forma a honrar este processo quando vivenciado pela vítima do trauma relacional.

Se você estiver cogitando cortar o contato com a genitora abusiva e/ou o pai facilitador/negligente, ou se já cortou o contato e está reavaliando uma reaproximação, este vídeo o ajudará a abordar o perdão de modo maduro e condizente com o seu contexto pessoal.

Para aprofundar-se no assunto, recomendamos…

Livros:

O Capítulo 4, Reivindicando você, do Prisioneiras do espelho, Um Guia de Liberdade Pessoal para Filhas de Mães Narcisistas apresenta dicas de como recuperar o controle sobre si própria com o corte de contato ou a adoção de um relacionamento light, além de explorar o tema do perdão.  

Para quem está interessado em fazer terapia para auxiliar o processo de luto e cura do trauma, o capítulo 4.5, O aconselhamento do Filhas de Mães Narcisistas, Conhecimento Cura traz uma lista das abordagens terapêuticas que Michele Engelke recomenda. 

Curso online:

Como fazer o luto pela mãe narcisista de forma orgânica:

  • Entenda o que é o luto
  • Estude as 5 fases do luto de Kübler-Ross aplicadas no contexto da filha de mãe narcisista
  • Aprenda como reconectar-se com o corpo e a fazer o luto (pela mãe narcisista) de forma orgânica
  • Explore as sensações corporais das emoções negativas, tais como a tristeza e a raiva
  • Aprenda técnicas de autorrelaxamento

Além disso, o curso:

  • Contém uma prática guiada de luto orgânico
  • Possui a duração de 2h 07 min 30 seg
  • Inclui um certificado de conclusão
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