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Descubra o que é o medo de abandono

Se já é leitor ávido deste blog, está ciente de como crescer em um ambiente de estresse crônico tal como o característico de uma família tóxica e regida pela tirania narcisista tende a resultar em trauma da infância/do desenvolvimento. Além disso, tem conhecimento dos efeitos comuns deste trauma, como a hipervigilância e a codependência, por exemplo. Neste artigo, dedico o espaço a expandir o seu entendimento acerca de uma das vulnerabilidades mais comuns entre os filhos e as filhas de mães narcisistas: o medo de abandono – já que está no cerne dos problemas de relacionamento.  

Descubra o que é o medo de abandono
O medo de abandono está no cerne dos problemas de relacionamento.  

A criança em desenvolvimento necessita de amor incondicional e da presença consistente dos adultos responsáveis para formar um senso sólido de segurança interno e autoestima. Precisa, também, da influência adulta e centrada para confiar não somente em si mesma, como também nos relacionamentos humanos como uma fonte segura de apoio, equilíbrio e conexão emocional. Isso, contudo, não acontece nos contextos em que o desenvolvimento é afetado por uma mãe narcisista e abusiva e um pai facilitador e negligente (para compreender como o seu pai “facilita” a atitude abusiva da sua mãe, recomendo a leitura do Filhas de Mães Narcisistas, Conhecimento Cura). Em vez da criança associar os relacionamentos humanos como algo que favoreça o bem-estar e a saúde emocional, associa-os como uma fonte de sofrimento, inadequação e ansiedade.

O medo do abandono surge, portanto, da deficiência de tais genitores, em especial, de contribuírem para que os filhos sintam-se amados, valorizados, protegidos e equilibrados emocionalmente. O abandono emocional e afetivo vivenciados na infância desemboca em trauma e uma grande fobia a sofrerem o mesmo na idade adulta, que podem ser observados nos seguintes comportamentos e atitudes:

  • Evitar comprometer-se amorosamente
  • Hábito de terminar os relacionamentos ou afastar-se do outro quando a “fase lua de mel” é encerrada
  • Ter o hábito de encontrar defeitos nos outros ou ter expectativas altas e irrealistas em relação ao outro e seu papel no relacionamento
  • Dificuldade de confiar nos outros; acreditar que querem somente tirar-lhe proveito, manipulá-lo ou usá-lo de alguma maneira
  • Baixa autoestima, necessidade de agradar os outros, levar tudo para o lado pessoal e culpar-se por problemas ou atitudes disfuncionais dos outros
  • Tendência a criar e manter relacionamentos disfuncionais e dificuldade de terminá-los mesmo quando tem consciência de que não o favorecem
  • Sentir-se desvalorizado pelo outro e no contexto dos relacionamentos
  • Ter medo de intimidade seja emocional e/ou sexual
  • Dificuldade de saber as próprias necessidades em um relacionamento e honrar os limites pessoais
  • Medo de ficar sozinho, “pular” de um relacionamento para outro com grande facilidade
  • Agir de forma codependente e dependente emocionalmente (para estudar ambas as vulnerabilidades e aprender como superá-las, recomendo os meus cursos online A codependência e A Dependência Emocional)
  • Excesso de autonomia e ojeriza a depender dos outros de qualquer forma, inclusive quando a dependência é saudável e favorece uma conexão emocional 
  • Passar por longos períodos sem um relacionamento amoroso, ter aversão a relacionamentos mais sérios ou nunca ter tido um
  • Ter problema de raiva acumulada, depressão e/ou ansiedade

4 comments

  1. FERNANDA SOARES disse:

    Mensagens que caem como uma luva para vítimas. Estou vivenciando um momento que percebi que criei mesmo uma barreira entre mim e as famílias, seja qual for ela, por que essa palavra pra mim não me encanta. Aprendi menso a não confiar, a ficar em alerta e a não me relacionar. E percebo que isso não é saudável e que todos tem algo bom a oferecer e transmitir e que se eu continuar com a barreira, não vou ficar feliz, não vou ficar leve e que não posso colocar meu esposo e eu em uma bolha. Precisamos nos relacionar e vigiarmos para não continuarmos tortos devido a tanto vivenciado durante nossa vida. Que consigamos ter paz no coração e que a gente entenda também que não dá pra ajudar alguém mudando sua própria vida, se ajustando pra ajudar o outro. Que sempre possamos refletir.

  2. Ivanora Cordeiro disse:

    Realmente, eu desenvolvi extrema dificuldade em terminar um relacionamento da adolescência. Eu, internamente, desconfiava que aquilo não era um namoro normal e sadio, mas, romantizava e fantasiava o que era abuso emocional/psicológico de fato. Um mau relacionamento, não administrado e deletado sadiamente, causará danos no futuro, até mesmo após 25 anos ausente.
    Eu também era ansiosa e tive síndrome do pânico aos 21 anos e em uma época que não se conhecia essa síndrome, tudo era ‘frescura’ ou ‘stress’.
    Arduamente, consegui me perdoar por permitir que algumas pessoas, principalmente, a minha mãe narcisista, me fizessem tanto mal . Afinal, eu não tinha o conhecimento do problema da família genitora.
    A situação muda com a ajuda certa no momento certo. Buscar apoio é vital.
    Um abração,

  3. Bearing disse:

    Tenho 17 anos e descobri o blog ontem em decorrência das minhas pesquisas sobre “mães tóxicas” (acabei descobrindo que, de fato, minha mãe é tóxica). Eu sempre me pergunto o motivo dela não dizer que me ama, que sou bonita ou de fazer qualquer outra coisa que mães normais fazem… Ela sempre ressalta a minha idade e diz que preciso arrumar emprego, faz comparações dela mesma quando tinha minha idade, e isso machuca muito. Sempre fiquei na dúvida quando via a mãe de amigas minhas dando risada e arrumando o cabelo delas, tirando foto pra elas, essas coisas, já que minha mãe nunca fez isso. Nem “eu te amo” ela diz.

  4. tereza disse:

    :(((( estou sofrendo muito

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