Sinais e sintomas de que está operando no modo luta ou fuga
Se é uma leitora assídua deste blog, sabe quais são os efeitos do estresse tóxico resultantes de um longo convívio com uma família disfuncional e mãe narcisista na sua mente, no seu corpo e no espírito. Um dos efeitos mais marcantes deste trauma é a hipervigilância ou um estado contínuo de alerta. Isso se deve ao fato de que, neurobiologicamente, as filhas e os filhos de mães narcisistas foram programados para estarem sempre preparados para enfrentar um eminente perigo ou ameaça ao seu bem-estar, ou seja, para lutar ou fugir de ataques, essencialmente, de sua genitora abusiva. Como este estado é extremamente prejudicial não somente a sua saúde psicológica e emocional, mas também física, segue uma lista completa dos sinais e sintomas de que está operando no modo luta ou fuga para aumentar a sua compreensão acerca do problema:

Um dos efeitos mais marcantes do seu trauma é a hipervigilância ou um estado contínuo de alerta
- Você tem o hábito de imaginar catástrofes ou antecipar um resultado negativo.
- Você sofre de armouring ou tensão nos músculos da região dos ombros, nuca e mandíbula.
- Você dispõe de grande energia em agradar e sente-se insegura e até culpada quando não consegue cativar a todos.
- Você é impulsiva e age com base em emoções fortes, além de não ter paciência para aguardar por uma resolução mais centrada e refletir com calma acerca das alternativas.
- Você possui uma visão de mundo excessivamente subjetiva e tendenciosa para o negativo, portanto, quando algo não ocorre como esperado, acredita que a responsabilidade é sua ou tem a ver com você de alguma forma.
- Você tem dificuldade de se identificar com as emoções antagônicas em suas diversas intensidades e parece ser capaz de senti-las somente de forma excessiva, crônica ou patológica. O que é, potencialmente, uma expressão coerente e saudável de tristeza, por exemplo, torna-se “depressão”, a raiva é considerada “descontrole/loucura” e o medo, “ansiedade”.
- Você tem dificuldade de criar e manter relacionamentos funcionais e duradouros.
- Você tem medo de perder as pessoas que ama, bem como os animais de estimação, e tem pensamentos intrusivos com cenários nos quais morrem de um jeito terrível ou inesperado.
- Você sofre de terror noturno e demais distúrbios do sono, tal como a insônia.
- Quando percebe certa seriedade, insegurança, ansiedade ou frustração no comportamento de outra pessoa, prepara-se para “o pior”.
- Quando alguém age de forma ríspida ou não demonstra interesse por você, leva para o lado pessoal e fica ruminando sobre o ocorrido por um longo período.
- Você se sente vulnerável e incapaz de se autoafirmar, proteger-se e implementar mudanças positivas em sua vida.
- Você tem plena ciência do que não lhe agrada, mas se sente perdida em relação a si mesma e não sabe quem verdadeiramente é, do que gosta e deseja fazer da própria vida.
- Você fica nervosa em relação aos afazeres ou às pessoas com as quais convive, sem ao menos saber o porquê e mesmo quando tem plena competência para executá-los e de interagir socialmente de modo satisfatório.
- Você sente um medo terrível de forma bastante inesperada, o qual não corresponde às circunstâncias atuais.
- Quando recebe uma crítica construtiva ou é agredida verbalmente, sente-se pessoalmente atacada, assume uma atitude defensiva ou congela na frente do outro, tornando-se muda e desorganizada cognitivamente e sem saber o que dizer, como agir ou se defender.
- Você está solteira há bastante tempo e evita envolver-se emocionalmente com outra pessoa por ter sido magoada no passado e acredita que irá passar por isso novamente.
- No seu caso, não existe estresse bom (temporário, saudável/energizante e motivador), mas somente ruim (crônico, disfuncional/patológico e debilitante).
- Você está sempre irritada com alguém ou alguma coisa e tem crises de raiva com facilidade.
- Você é bombardeada por pensamentos intrusivos de cenários imaginários em que se vê exposta a perigos ou a ataques ao seu bem-estar e a sua autoestima.
- A paz, calma e harmonia são entediantes para você e só se sente verdadeiramente viva quando engaja em comportamentos excessivos, a vida é repleta de drama ou passa por momentos de altos e baixos.
- Você não tem vontade de ter relações sexuais com o(a) parceiro(a), consegue ter prazer no sexo ou sente que precisa forçar-se para concentrar-se no momento e conseguir curti-lo.
- Você se sente desconectada das pessoas a sua volta ou as considera como uma ameaça a sua autoestima e ao seu bem-estar.
- Quando precisa entregar um trabalho ou fazer algo que será analisado por outra pessoa, leva um longo tempo para iniciá-lo, procrastina e, quando finalmente o finaliza, revisa o que produziu mil vezes e de forma neurótica como se fosse proibido cometer erros.
- Você tem uma imensa dificuldade de relaxar e parece estar sempre cansada, desmotivada e sem energia até para fazer o que lhe dá prazer.
- Você tem problemas de relacionamento que parecem não melhorar com o tempo e a idade.
- Você possui um transtorno alimentar, de personalidade, ansiedade e/ou humor.
- Você sente uma solidão e um vazio existencial imensos que parecem não diminuir com a experiência.
- Você tem dificuldade de viver no presente e curtir os pequenos prazeres da vida.
- Você tem pensamentos de suicídio.
- Você se assusta com grande facilidade.
- Você tem asma, câncer, é diabética ou sofre de uma doença crônica inflamatória ou autoimune.
- Você evita ambientes novos ou o contato com as pessoas que não conhece bem, a todo o custo, assim como as interações comunicativas delicadas e que exijam uma atitude assertiva.
- Quando você se força ou precisa encontrar uma pessoa desagradável, fica tentando prepara-se para o evento de forma neurótica e obsessiva, como se fosse uma questão de vida ou morte.
- Você perde o sono com muita facilidade, seja porque tem de entregar um trabalho na faculdade, mudar de residência, fazer uma apresentação no trabalho, interagir com uma pessoa difícil/importante etc.
- Você tem dificuldade de concentração e sente-se facilmente distraída pelo que acontece a sua volta.
- Você tem o hábito de desconfiar dos outros e tentar ler a sua mente para descobrir quem são e as “verdadeiras intenções”.
- O seu desenvolvimento (formação de identidade, autonomia, maturidade emocional, crescimento pessoal e profissional) parece não progredir de maneira substancial com a passagem do tempo, ou se iniciou mais tarde do que a média das pessoas.
- Você é impaciente, reativa e sente-se frequentemente insatisfeita, envergonhada e culpada pela forma como age.
- Você se sente inepta intelectualmente ou acredita ter dificuldade de aprendizado, pois leva tempo para resolver os problemas e/ou memorizar e aprender coisas simples.
- Você se atrasa com grande frequência e tem dificuldade de se organizar e manter compromissos.
- Você sofre de ansiedade crônica e só consegue sentir-se bem quando come, faz compras, está sob medicação psiquiátrica tal como os antidepressivos e ansiolíticos, consome bebida alcoólica, joga, usa drogas ou exercita-se, por exemplo.
- Você já teve pelo menos um episódio depressivo e se vê em risco de passar por isso novamente.
Caso tenha se identificado com esses exemplos e acredita que esteja operando no modo luta ou fuga, recomendo que enderece o problema da hipervigilância através de uma atitude proativa e consciente. No próximo artigo, incluirei dicas de como administrá-la de forma natural, saudável e, sobretudo, sem a ajuda de remédios. Para ser avisada por e-mail da data de publicação deste e outros artigos publicados no Filhas de Mães Narcisistas, basta cadastrar-se na nossa Newsletter.