Perfil Cognitivo

O seu perfil cognitivo diz muito sobre você. Se você tem problemas relacionados à baixa autoestima, como falta de autoconfiança ou dificuldade de se se aceitar do jeito que é, a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) pode ajudá-la. A seguir algumas noções básicas da TCC que enriquecerão a sua percepção sobre o poder do pensamento.

Crenças centrais e intermediárias

Crenças centrais ou esquemas são ideias que mantemos a respeito de nós mesmos, podem ser positivas ou negativas. Crenças intermediárias são atitudes, regras e suposições que motivam nossos pensamentos, ações e sentimentos.

Formulamos nossas crenças ao longo de nosso desenvolvimento e, principalmente, através de:

  • predisposição genética a certos traços de personalidade;
  • interações com pessoas relevantes em nossas vidas;
  • influências cultural, religiosa, moral e ética do ambiente em que crescemos.

Como a visão que tenho de mim e do mundo dá forma a minha realidade subjetiva, a qualidade de minhas crenças tem impacto direto na minha atitude e estado emocional, tanto como na dinâmica dos relacionamentos com as outras pessoas. Por esta razão, entender o nosso perfil cognitivo, como identificar e modificar crenças negativas, nos permite exercer maior controle sobre nós mesmos, ou seja, regular a influência que nossos pensamentos exercem em nossos humores e motivações. Crenças sadias também nos protegem de relacionamentos abusivos, pois são os fundamentos da nossa autoestima e amor-próprio.

Perfil cognitivo através do mapeamento/conceituação cognitiva

É possível estabelecer o seu perfil cognitivo através do mapeamento cognitivo. O mapeamento cognitivo é uma ferramenta terapêutica superpoderosa da TCC, pois nos permite estabelecer a conexão entre:

 Crenças centrais → Crenças intermediárias → Pensamentos negativos

Este processo é fundamental para que identifiquemos a origem de sentimentos antagônicos (ex.: culpa, insegurança, vergonha e demais sentimentos de inadequação), assim como dos comportamentos improdutivos que os acompanham.

Mapeamento cognitivo da filha de mãe narcisista

Crenças negativas centrais:

“Não sou digna de ser amada”

“Sou incompetente/Não sou boa o suficiente”

Crenças intermediárias:

Atitudes:

“É horrível não ser amada pela própria mãe”

“É vergonhoso não ter um bom relacionamento com a própria mãe”

“É insuportável ser rejeitada”

Regras:

Todas as mães amam suas filhas

 “Eu tenho de ser amada pela minha mãe”

 “Mãe está acima de tudo”

 “Devo honrar pai e mãe”

 “Eu tenho de agradar a todo mundo”

 “Eu não posso cometer erros”

 “Eu preciso evitar sofrimento a todo custo”

Suposições:

Se eu fizer tudo o que a minha mãe quer, serei amada por ela

“Se eu me tornar mais atraente/inteligente/bem-sucedida/rica/popular, serei amada pela minha mãe”

“Se eu me esforçar bastante e me tornar a filha perfeita, a minha mãe me amará”

“Se eu agradar a todo mundo, serei amada/considerada competente”

Se eu evitar desafios, evitarei despontamentos

“Se eu expor a verdadeira eu, serei rejeitada”

“Se eu esconder minhas vulnerabilidades, serei considerada competente”

Pensamentos Automáticos/Negativos:

“A minha mãe não me ama porque há algo errado comigo”

Eu tenho de estar sempre disponível para ajudar a minha mãe

“Eu não faço nada certo”

“Eu sou responsável pelo descontentamento da minha mãe”

“Eu sou uma filha má”        

“Porque a minha mãe me rejeita, nunca serei amada por ninguém”

“Não devo me autoafirmar porque me sinto ambivalente e insegura”

“Não sou competente porque me sinto inadequada e temerosa”

“Eu sou a única filha que não é amada pela própria mãe, por isso, sou uma aberração”

“Eu não posso confiar em ninguém”

“Eu estou sozinha neste mundo”

“Eu não mereço a ajuda de ninguém”

“Não é nada mais do que minha obrigação me tornar bem-sucedida”

“Os meus sentimentos não têm importância”

“Tudo o que acontece de ruim é prova da minha incompetência”

“Um dia o relacionamento com a minha mãe vai melhorar”

“Um dia a minha mãe vai mudar”

“Eu não sou nada sem a minha família”

“Que tipo de filha não é amada pela própria mãe?”

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