O perfil da vítima de abuso narcisista é condizente com o de uma vítima de abuso psicológico/emocional. A seguir você encontrará uma lista completa das caraterísticas do perfil da vítima de abuso narcisista:
- É insegura: tem dificuldade de confiar plenamente em suas próprias habilidades e talentos ou é receosa de ter fé em si mesma, necessitando de confirmação externa mesmo quando experiente ou possuindo um nível de conhecimento tanto geral como especializado acurado.
- Sente-se mais confortável em acobertar do que admitir erros de julgamento e/ou vulnerabilidades.
- Sente-se responsável por como a mãe se sente e culpada e envergonhada quando não consegue corresponder às vontades e necessidades dela.
- Tem baixa autoestima: não consegue se amar incondicionalmente, mas somente quando bem-sucedida e/ou acompanhada e/ou com uma aparência impecável.
- Tem dificuldade de confiar nas outras pessoas, principalmente quando envolvida emocional e afetivamente com estas.
- Acredita ser seu dever cuidar do bem-estar da mãe independente de como é tratada, ou do impacto negativo que o comportamento e as exigências desta causem em sua vida.
- Sente-se eternamente impotente em face do temperamento inflexível e a atitude irracional e injusta da mãe.
- É ansiosa: está sempre alerta para mudanças repentinas de humor e episódios de desentendimentos com a mãe.
- Nunca consegue ser ouvida ou fazer valer suas opiniões quando tenta argumentar com a mãe.
- Sente-se culpada pelas escolhas errôneas e pela suposta falta de sucesso na vida da mãe.
- Normaliza o próprio sofrimento e justifica o abuso sofrido para si mesma e para os outros defendendo-o ou o aceitando-o como “normal”.
- Sonha com o dia em que “tudo vai mudar” – quando conseguirá ter um relacionamento de amor e respeito com a própria mãe.
- Sente-se culpada por não ser amada pela própria mãe.
- Acredita-se tutelada pelo amor da própria mãe.
- Quando se sentindo desolada e incompreendida, pensa em “desistir de tudo” e/ou contempla o suicídio.
- Usa da sabedoria do senso comum para se convencer de suas supostas responsabilidades de filha, enquanto opta por negligenciar completamente seus próprios direitos.
- Acredita que é de fato “quebrada”.
- Dissocia-se do momento e se torna emocionalmente dormente quando muito triste ou magoada.
- Se automedica com comida, bebidas alcóolicas e/ou drogas para relaxar, sentir-se normal ou para curtir o momento.
- Tem fobia de cometer erros.
- Tem fobia de crítica.
- Está sempre tentando agradar a tudo e a todos.
- Exibe atitudes extremas diante de figuras de autoridade: quando não os(as) rejeita completamente é puxa-saco, comporta-se como subalterna ou de maneira infantil.
- Quando se refere à mãe, ou a momentos passados com ela, usa “tenho/tive que” com grande frequência.
- Acredita ser inferior à mãe.
- Não aceita ou tenta reprimir sentimentos antagônicos a todo custo.
- Coloca os interesses da mãe na frente dos seus.
- Coloca o bem-estar da mãe na frente do seu.
- Tem problemas de identidade: não sabe quem é ou tem receio de ser e agir de forma genuína e sem culpa.
- Tem dificuldades de se imaginar como uma entidade autônoma e independente da mãe.
- Tem dificuldades de se visualizar como mulher adulta e competente.
- Usa os pareceres egoístas, comentários maldosos e críticas desabonadoras da mãe como guia de comportamento.
- Acredita não ser boa o suficiente.
- Acredita ser seu dever preservar o relacionamento com a mãe, mesmo quando emocional e psicologicamente esgotada pela sua influência maligna.
- Está sempre cuidando dos outros ou envolvida com problemas alheios.
- Recusa-se a pedir ajuda.
- Sente-se inadequada ou desconfia do mérito de seu próprio sucesso.
- Sente-se desconfortável em compartilhar de seu sofrimento, pois acredita não ser digna da atenção e/ou preocupação de ninguém.
- Recusa-se a conversar abertamente sobre o problema da mãe por medo de ser rejeitada ou acusada de filha desnaturada.
- Permite ser enganada, controlada e tratada com desrespeito pela mãe.
- Faz o que pode para não chamar mais a atenção do que a mãe quando ao lado dela para que esta não se sinta ameaçada.
- Sente-se forçada a reconhecer a superioridade da mãe mesmo quando não acredita nela.
- Tem o hábito de intelectualizar o comportamento da mãe e racionalizar o próprio sofrimento.
- Comporta-se como criança ao lado da mãe.
- Sente-se inadequada e falsa ao lado da mãe.
- Esforça-se por acreditar e se recusa a questionar as mentiras e desculpas da mãe de maneira adulta, objetiva e racional.
- Mascara o próprio sofrimento e caos interno para emanar uma aura de equilíbrio e controle, principalmente na frente da mãe.
- Preocupa-se com o que a mãe pensa e acomoda suas escolhas para irem ao encontro das preferências dela.
- É intelectualmente capaz de avaliar a atitude imprópria da mãe, mas não emocionalmente.
- Sofre de depressão, tem ataques de pânico e exibe sintomas de transtorno de estresse pós-traumático.
- Faz o que a mãe acha que é certo, mesmo quando não corresponde ao que quer para si.
- Acredita que deve “honrar pai e mãe” e que “família está acima de tudo”, independente do impacto desastroso que tais absolutos produzem na sua autoestima, assim como no seu bem-estar físico, emocional e psicológico.
- Sente-se vazia e perdida, como se não tivesse lugar no mundo.
- Preocupa-se com que os outros pensam.
- Não sabe distinguir quando está sendo usada e abusada psicologicamente.
- Seus atos seguidamente não correspondem ao que pensa e/ou sente.
- Gostaria de ter coragem para mudar, mas não sabe como e/ou se é verdadeiramente possível.
- Sente-se frustrada e decepcionada consigo mesma com grande frequência por não conseguir se autoafirmar, seja diante da própria mãe ou de outras pessoas.
- Não consegue impor tampouco manter seus próprios limites.
- Tem problemas de relacionamento, de encontrar parceiros ou manter relacionamentos saudáveis.
- É perfeccionista e intolerante consigo mesma, sofre com a autocrítica e passa longos períodos de tempo com ruminações improdutivas.
- Trata a si mesma pior do que trataria um inimigo.
- Confunde “ajudar” com “se sacrificar” pelos outros, principalmente quando o outro é a mãe.
- Acha difícil de se realizar no campo profissional.
- Tem problemas de manter a autodisciplina: muda de opinião ou abre mão de seus planos e objetivos para satisfazer os interesses da mãe ou das outras pessoas.
- Protela decisões importantes por não confiar o suficiente em si mesma e na sua habilidade de mudar a própria vida para melhor.
- Sente-se desconfortável em agir de forma autêntica quando seus interesses diferem dos de sua mãe.
- Tem medo de não ser aceita pelos outros.
- Não valoriza suas próprias conquistas, ou não acredita em elogios ou avalições positivas.
- Tenta se convencer de que “paus e pedras podem quebrar meus ossos, mas palavras não me machucam”, enquanto se sente destruída pelos ataques verbais gratuitos de sua mãe narcisista e psicologicamente transtornada.
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