Laura tem 6 anos, apesar de ser uma criança, acha difícil sentir-se como tal. Todo mundo fala de como sua idade é maravilhosa, da liberdade de brincar e curtir a vida, de não ter de trabalhar e pagar contas… Segundo o que todos dizem, esta suposta “leveza de ser” tende a desvanecer-se na idade adulta, pois com a maturidade vem o peso das responsabilidades, como ter de arranjar emprego e cuidar da família.
Embora não se identifique diretamente com os deveres relacionados à idade adulta, como pagar pelo próprio sustento, sentimentos antagônicos já lhe são bem familiares, pois sofre de ansiedade, comumente associada a estes. Diferente de um adulto, no entanto, a ansiedade da Laura “passa desapercebida”, pois tecnicamente, pertence a uma faixa etária amplamente considerada livre de estresse.

A ansiedade é comum em vítimas de abuso narcisista
Mas a realidade da Laura – aquela que ela vive – é outra. Como filha de mãe narcisista, a sua existência não corresponde ao estereótipo. Para preservar o relacionamento com a mãe, Laura tem de estar sempre alerta. Se faz algo que a mãe não gosta, ou julga feio ou errado, as consequências são duras. Quando descontente, sua mãe a rejeita de maneira fria e brutal, visto que o afeto e apreciação da mãe são raros e extremamente difíceis de serem merecidos, por isso, deve monitorar seu estilo e desempenho constantemente a fim de não desapontá-la e preservar o relacionamento com ela.
A mãe da Laura é imprevisível. Seus humores flutuam com intensidade. Na maioria das vezes, não há o que se possa fazer para agradá-la. Está sempre insatisfeita, quando não é o tempo, é o tráfego, o trabalho ou a falta de dinheiro. Como é possível competir com tanta infelicidade? A
Laura tenta ser independente, a filha perfeita, para compensar por tanto sofrimento. Quando a mãe está em casa, faz tudo para não ser ouvida, fica longe de seu caminho e não a incomoda (mesmo quando precisa de ajuda). Se triste ou nervosa, esconde seu descontentamento para poupar “os nervos” da mãe, pois nada supera a dor da indiferença materna diante de suas vulnerabilidades.
Conquistar o amor da mãe é uma atividade exaustiva, pois a pressão é grande. O que hoje quase chega perto de satisfazê-la pode ser considerado medíocre amanhã. Tudo o que a Laura queria é ter uma bola de cristal! Seria ideal para prever as reações da mãe, saber exatamente o que fazer para ser finalmente aceita e respeitada por ela. Aí, talvez, ela pudesse relaxar, baixar a guarda e se comportar como uma verdadeira criança. Talvez, assim, aquele “tijolo” que carrega no estômago se dissolvesse… Mas a mãe de Laura sempre muda os gostos e aumenta as exigências e, portanto, é preciso permanecer atenta.
A convivência com o narcisismo materno fez da Laura um radar ambulante. A sua eterna vigilância, apesar de lhe custar energia, bom humor e grande parte da sua infância serve para protegê-la dos ataques gratuitos de sua mãe. Laura aprendeu a distinguir o barulho do carro da mãe estacionando na garagem do condomínio. Quando este se aproxima, ela vai para seu quarto ou sai de casa imediatamente, para evitar encontrar-se com a mãe e reduzir a probabilidade de conflitos. Mantém seus ouvidos em pé para reconhecer mudanças no tom de voz da mãe também quando está a certa distância, para que possa se remover do local ou esconder o que quer que esteja fazendo para a mãe não desaprovar ou desprezar, pois a lista é extensa.
Como tudo tem o potencial de causar uma grande explosão de ira narcisista na mãe, Laura não pode se dar ao luxo de relaxar. Ao longo de seu desenvolvimento, a ansiedade da Laura se tornará sua melhor amiga, ou ainda melhor, seu cão de guarda, avisando-lhe de todo e qualquer iminente “perigo”.
Com o tempo, a ansiedade da Laura se transformará em um traço fixo de personalidade e, na idade adulta, será a principal razão pela qual se sentirá seguidamente inquieta, desassossegada ou letárgica. Se a ansiedade da Laura for intensa, apresentará sintomas de transtorno do estresse pós-traumático (TEPT), como os seguintes:
– irritabilidade, raiva
– incapacidade de sentir sentimentos positivos
– dormência/indiferença emocional
– desânimo em relação ao futuro
– intensos sentimentos de culpa e vergonha
– comportamentos de autossabotagem
– pesadelos
– memórias intrusivas, perturbadoras e inquietantes
– dificuldade de concentração
– insônia ou dificuldade de manter o sono
– hipervigilância, está sempre alerta para sons e supostas intrusões ou perigos
– assusta-se com facilidade e frequência
– memória fraca para eventos dolorosos passados
– evita conversar a respeito dos problemas de infância
– evita lugares, atividades ou pessoas que estejam associadas às memórias dolorosas
No meu curso online “Conceitos básicos da terapia do trauma”, exploro o que é o TEPT e como difere do TEPT-C (transtorno do estresse pós-traumático complexo), além de outros conceitos relevantes para a vitima do trauma que deseja compreender os efeitos que o trauma exerce na sua psique, corpo e emoções.
Descrição
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Letícia Almeida Gonçalves –
É desafiador manter um convívio sadio com a mãe narcisista. E quase impossível fazer os demais familiares ver e aceitar que isso existe. É como se mãe narcisista fosse uma fantasia da minha cabeça. Ser incompreendida pra mim é a fase mais dolorosa de todo esse trauma. Pq pra vencer queremos o apoio dos que amamos. Enfim é um desafio atrás do outro
Camila Da Silva –
Sou a Camila da Silva, e quero parabenizar você pelo seu artigo escrito, muito bom vou acompanhar o seus artigos.
Bianca –
Ótimo artigo, muito esclarecedor. Só que tem uma mãe assim sabe o sofrimento que ela causa. Para os outros familiares que são manipulados ou que tem que conviver pois não tem outra forma de sair somos “loucos/sem amor). sofri por muitos anos com uma mãe assim, hoje sou casada e mesmo assim ela tenta acabar com os meus dias, mas mesmo assim eu sigo firme e não deixo mais ela me abalar, por mais difícil que a situação seja.
Ana –
Agradeço e parabenizo as informações aqui colocadas no blog ,minha mãe tem a maioria dessas características, parece que ela se incomoda com a minha felicidade e minha paz de espírito ,quer me fazer de fantoche dela ,só que eu a enfrento ,não permito que as ofensas dela penetre em mim pq sei quem eu sou ! Já sofri mto com isso mais agora não sofro mais 😊 e aquela coisa ou vc fortifica a sua auto estima ou vc se deixa levar pelo veneno e eu fortifiquei minha auto estima e ignoro as coisas que ela fala ! Aí ela já não me atinge mais como antes ! Mais assim que eu puder quero sair de casa e viver mais em paz com liberdade ! E bom cada um no seu quadrado ! Obrigada mais uma vez pelas informações
Manu –
Incrível como tudo o que eu li se encaixa perfeitamente, eu só quero fugir dessa narcisista.
Filipa –
É dificil ter de conviver com uma mãe Narcisista.Depois de muitos anos decidi cortar relações, mas não sem antes de ela destruri a minha relação com a minha irmã, que não reconhece e aceita que há manipulação, pois sempre pôs filhas umas contras as outras.Sou vista como invejosa, porque, a mãe agora gosta mais dela e têm mais orgulho nela.Preocupa-me muito porque chega ao ponto de tentar fazer com que os meus sobrinhos deixem de falar comigo e tenta controlar toda a comunicação, com os meus sobrinhos.Irá fazer o mesmo com os dois irmãos, e minha irmã não vê.Para além de ter inventado mentiras sobre a minha pessoa para o resto da familia, prejudicando a minha reputação, a familia (tios,tias, primos/as…..)deixaram de me falar.